sábado, 26 de abril de 2014

Nasceu o Lorenzo da Aline e do Helder!


Nasceu hoje à tarde o Lorenzo da Aline e do Helder. Num parto muito rápido onde nem a obstetra conseguiu chegar a tempo. Lorenzo foi amparado pelas mãos da Enfermeira Obstetra de plantão embaixo do chuveiro :D. 
Aline se entregou mesmo ao trabalho de parto e mesmo sendo tudo rápido estava bem concentrada no que estava acontecendo com o corpo dela e com o bebê.

Parabéns Aline e Helder! Muito leitinho pro Lorenzo!!!

sábado, 19 de abril de 2014

Nasceu Alice da Melina e do Ulisses

Melina e Ulisses nos procuraram porque gostariam de ter apoio, uma força "a mais" que o pai no momento do parto. Ela havia passado por uma cesariana no nascimento do primeiro filho, o Miguel porque ele ficou na posição pélvica.
Depois de 44 horas de bolsa rota Melina pariu, de cócoras a linda Alice! Todo parto depois de cesariana é libertador! Um dia ela conta com detalhes como foram essas 44 horas hehe!
A doula que acompanhou o parto foi a Marilia.

Parabéns Melina pela garra, pela força! Parabéns Ulisses por ser presente, protetor das suas meninas quando elas mais precisaram! Parabéns Miguel, bem, porque você gosta de parabéns e é fofo!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Nasceu Clara da Rhagna Beatriz e do Charles


A Bia e o Charles nos procuraram porque queriam que o nascimento da Clara fosse o mais natural e tranquilo possível. Depois de chegar às 42 semanas de gestação e com uma ajudinha para a indução, Clara nasceu e foi direto para o colo da mãe. Bia quase não acreditou em como o processo foi rápido :D.
A doula que acompanhou o parto foi a Marilia.

Parabéns ao casal que teve muito amor e união para ajudar a Clara a vir para o mundo! 


quinta-feira, 13 de março de 2014

Relato de Parto da Isabeli - Nascimento da Laura Terumi

Fazia pouco mais de 6 meses que eu tinha me mudado para Londrina, e eu e o André achamos que já era hora de noss@ filhinh@ nascer. De certa forma foi um susto, pois não achávamos que eu ficaria grávida tão rapidamente. Logo que descobri que estava grávida comecei a procurar sobre grupos de gestantes aqui em Londrina. Eu não sabia nada sobre gestação nem sobre parto. Só sabia que queria um parto normal. Na minha cabeça parto normal era aquele que a mulher ficava na maca, semi-deitada, o médico gritando “Empurra, empurra!” e a criança levando tapa na bunda de cabeça para baixo. Com essa vontade de ter parto normal foi que encontrei o Gesta Londrina. O pouco que sei sobre partos aprendi no Gesta Londrina, o que foi essencial para que eu mudasse meus conceitos e quisesse um parto humanizado. Logo depois da primeira reunião no Gesta eu e o André já falamos para a Marília que queríamos que ela fosse nossa doula, e ela nos acompanhou a gravidez toda. A minha gravidez foi muito tranquila, mas quando eu estava com 34/35 semanas de gestação a Terumi quis nascer. O André tinha ido viajar no domingo e na segunda de madrugada acordei com dor na bexiga e cólica. Liguei para o obstetra, e ele me mandou ir para o hospital Evangélico, para me examinar e colher alguns exames. Chorei, pois tive medo de ter um parto prematuro e liguei para o André. Depois falei com a Marília, e aí eu me acalmei mais, e comecei a pensar que ainda não era a hora da Terumi nascer. Mas infelizmente eu estava com contrações e tive que ficar internada para tomando medicamento para inibir o nascimento prematuro. O que me marcou nesse episódio não foi somente o medo de um parto prematuro, mas principalmente o caso de uma gestante que dividiu o quarto comigo. A moça chegou com cesárea agendada à meia-noite. Um pouco antes das oito da manhã vieram buscá-la para fazer a cirurgia, e mais ou menos uns 20 minutos depois o marido dela apareceu falando que o bebê já tinha nascido. Pensei: “- Até que não é mau! Ela saiu bem daqui e o bebê já nasceu, e pelo que consta está tudo bem com os dois.” Mas essa moça só foi voltar para o quarto à uma e meia da tarde. Até então ela não tinha estado com o bebê e nem tinha amamentado. Eu fiquei chocada com isso, e com a condição dela, pois o pós-operatório da cesárea foi bem chocante, pelo menos para mim e ao contrário do que sempre ouvi. Ela não deve ter sentido tanto, pois ainda estava dopada. Depois que ela chegou no quarto trouxeram o bebê e ela ficou lá, toda cortada tentando amamentar o bebê e ao mesmo tempo dar atenção para as (muitas!) visitas. Depois desse episódio eu fiquei ainda com mais medo de passar por uma cesárea. Fiquei três dias no hospital, e continuei com a medicação mais um tempo em casa. Mas depois que parei com os remédios, todas as noites eu tinha contrações, com intervalos aleatórios e que passavam depois de algumas horas.

Quando eu estava com 36/37 semanas de gestação, fiz um ultrasom que acusou que a Terumi estava com 3,2 kg. O médico me disse: “- É bom essa bebê nascer logo, senão não vai ter encaixe encéfalo-pélvico e não vai dar para ser parto normal.” Eu saí do consultório super preocupada, querendo que a Terumi nascesse naquele mesmo dia. Desde então eu comecei a ficar ansiosa e fiz o que eu pude para ela nascer logo: caminhada, comida apimentada, etc. Quando eu estava com 39 semanas, no auge da minha ansiedade, pedi para a Lorena – que também é doula no Gesta - fazer acupuntura em mim, só para me acalmar. Depois da acupuntura me senti bem melhor, e à noite fui à casa da Marília pintar minha barriga. 
Saí de lá morrendo de fome, e paramos em uma lanchonete para comer um “hamburgão”! Logo depois vim para casa, tomei um banho, me deitei e começaram as contrações, como de costume. Porém daquela vez estavam com intervalos menores, e mais ritmadas. As contrações começaram às onze da noite. Quando percebi que estavam diferentes, acordei o André, que não deu muita importância, pois ele achava que ainda ia demorar para a Terumi nascer. Eu comecei a andar, fui para o chuveiro, e as contrações mais fortes. Tive diarreia e vomitei, e me lembrei de que era o meu corpo se preparando para o parto da Tetê. Acordei o André novamente, que aí acreditou que era para valer e começou a marcar os intervalos. Ficamos no banho, ele fazendo massagem nas minhas costas, e a dor só aumentando. Às três horas da manhã, vi que precisava da Marília e liguei para ela. Ela veio logo e foi um alívio! Praticamente esqueci o André, pois a Marília me fazia ter foco, relaxar, e diminuir a dor. Às cinco da manhã achei que era hora de ir para o hospital. Fomos para o Hospital Araucária, e lá uma enfermeira fez o toque e viu que eu estava com 5 centímetros de dilatação. Fomos para o quarto e lá ficamos, os quatro – André, Marília, Terumi e eu. Eu sentia muita dor e já nem ligava mais em ficar pelada na frente de qualquer pessoa, nem de vomitar, e nem de gritar – só queria que minha dor diminuísse e a Terumi nascesse logo. Eu sentia muita dor, bati no André, gritei com a arrumadeira do quarto (que quis abastecer o frigobar no meio de uma contração!!!), mordi a toalha – um show! O médico só entrava, via como estava a situação e não intervinha.
Ele cumpriu o que tinha me dito em consulta: “- No parto normal eu não faço nada, quem vai fazer é você. Só estarei lá para garantir o atendimento para você e a bebê caso haja alguma situação fora do previsto.” As contrações foram ficando cada vez mais intensas e com intervalos menores. Quando percebi que o expulsivo estava próximo só me lembrava do médico dizendo que se ela fosse muito grande não daria para fazer o parto normal. Também senti medo, pois não sabia o que esperar do expulsivo. E se eu não conseguisse empurrar a Terumi? E se eu tivesse que fazer uma cirurgia? Nesse momento eu já não conseguia mais me concentrar e a dor nas costas era muito intensa. 

Então pedi analgesia. Aí começou outra luta: convencer o André e a Marília de que eu queria a analgesia. Entre uma contração e outra as discussões, e a Marília me lembrando de todas as implicações da analgesia. Eu teria que ir para o centro cirúrgico, teria que ficar deitada na maca, os batimentos da Terumi e as contrações poderiam diminuir e isso tudo poderia resultar na cesárea. Eu sabia dos riscos, mas eu estava tão fora de mim por causa da dor e do medo da cirurgia que eu acreditei que se eu parasse de sentir dor eu conseguiria ter o parto normal. Não seria exatamente do jeito que nós tínhamos imaginado, humanizado, no aconchego do quarto, com música e luz suave, mas seria um parto normal, e naquele momento, para mim isso era o mais importante. Depois de um tempo, quando já estava ensandecida de dor e via que eles não iriam procurar o médico para falar sobre a analgesia eu falei: “- Eu vou lá fora gritar que quero analgesia!” E fui saindo, peladona! Depois desse chilique, só me lembro de duas enfermeiras chegando com uma maca, pedindo para eu deitar. Eu disse que não deitaria, pois não conseguia. Aí fui sentada, abraçada na Marília e ela do meu lado tentando acompanhar a maca. Chegando no centro cirúrgico não deixaram a Marília entrar. Veio um médico e disse: “- Só o pai pode entrar no centro cirúrgico.” Eu disse: - “Quem é você?” E ele: “O anestesista.” Nessa hora, foi horrível, pois a presença da Marília era muito importante. Eu só tinha conseguido chegar até lá por causa dela. Ela me deu muita confiança, me fez ficar focada na respiração, relaxar, teve paciência com meus gritos. Mas tive entrar para o parto sem a minha doula. As enfermeiras saíram e me deixaram lá, sozinha. Eu olhei para os lados e comecei a gritar: “- Cadê o meu obstetra?” Aí chega o meu médico, e eu grudo na mão dele, apertando. Nessa hora ele deve ter pensado que seria melhor se tivesse insistido para a Marília entrar! Depois disso fiquei chamando pelo André. O médico me disse que ele só entraria depois de todo o procedimento de analgesia. Mas esse procedimento, para mim, foi muito longo, e eu fiquei chamando pelo André e por isso o médico e as enfermeiras ficaram bastante impacientes comigo. 

Quando a dor começou a passar, eu consegui deitar e o André chegou. Depois disso uma enfermeira tentou amarrar minha perna, mas eu pedi que não, o que foi atendido. Eu estava cansada e com sede e pedi água para o anestesista, que negou. Esperei meu médico voltar e pedi água a ele, que disse para a enfermeira me dar um pouco de água. Eu não sentia mais dor, mas podia sentir e mexer minhas pernas. Devia ter, além dos médicos, umas três enfermeiras que eu acredito que estavam ali mais para assistir a um parto normal do que para realmente auxiliar. Ao que parece, partos normais são raros naquele hospital. As contrações também ficaram mais espaçadas. Em um momento, eu não me lembro o que disse para o médico e ele me respondeu: “-Ainda nem sabemos se essa menina vai mesmo nascer de parto normal!”. Então eu disse: “Ah! Ela vai nascer de parto normal sim!!”. Apesar das situações desagradáveis do início, o ambiente da sala de cirurgia estava leve, não com o aconchego e privacidade do quarto, claro. Os médicos faziam brincadeiras, chamando a Terumi e um bem-te-vi insistia em entrar na sala pela janela fechada. Eu fui ficando mais segura e determinada a cada momento, e a cada vez que o médico dizia que começava uma contração eu empurrava com bastante força. Em um momento ele disse que a Terumi tinha coroado, e cortou um pedaço do cabelinho dela para me mostrar que ela já estava chegando. Eu continuava empurrando, até que ele pediu para eu parar. Era 11:14 h da manhã de 29 de agosto de 2013 quando a Terumi nasceu. Eu a senti saindo de mim, mas acho que se não tivesse com a analgesia teria sido mais intenso. Infelizmente não pude vê-la nascendo, devido à posição em que eu estava. Olhei para o André, que tinha estado todo o tempo do meu lado, me apoiando. Ele estava chorando muito pois tinha visto todo o nascimento de um local privilegiado. E então eu comecei a chorar também. Depois de um tempinho, perguntaram se ele queria cortar o cordão. Aí o pediatra trouxe a Terumi, toda quietinha, para o meu peito. Eu a abracei e logo ela começou a mamar. Ela ficou um tempo comigo, mamando, e eu olhando para aquela carinha linda. Ela só chorou quando a levaram para fazer os procedimentos. A partir daí não nos desgrudamos mais, até hoje!!


P.S. da Doula: Laura Terumi nasceu com 2,900 kg bem diferente dos 3,800 kg que ela estaria se a ecografia que mostrou que a bebê estava "grande demais" estivesse correta.

sábado, 8 de março de 2014

Relato de Parto da Michelle - Nascimento do Benjamin

E foi assim que você chegou…!

Era madrugada de sexta para sábado quando eu notei que um líquido incolor escorria por entre minhas pernas toda vez que me levantava ou fazia força. Mas preferi pensar que não era nada demais, e assim eu enganava minha cabeça e a ansiedade não tomaria conta de mim.
No sábado pela manhã eu pedi ao meu marido que me ajudasse a lavar os tapetes da sala no quintal. Foi nessa hora que eu comentei com ele sobre o líquido que continuava a escorrer. Nessa hora tive que colocar um absorvente pra conter o “vazamento”, caso contrário eu ficaria toda ensopada em menos de 1h! Era estranho imaginar que talvez fosse a bolsa rompida, estranho porque eu pensava “Mas já??????”. Então resolvemos ligar para o GO.
- Alô, Dr, é a Michelle. Acho que minha bolsa rompeu apesar de estar vazando de pouquinho em pouquinho.
- Oi Michelle… então vai pro Hospital Evangélico (HE) fazer uma avaliação, porque eu não estou em Londrina, estou em Curitiba.
- HEIN?!
- Fique tranquila, vou ligar pro HE avisando que você tá indo pra lá.
Depois do choque (choque porque pensei “como assim que ele tá em Curitiba?????!!!!! – como se médicos não tivessem vida própria, né?) eu resolvi que só iria ao hospital depois de terminar de lavar os tapetes. É claro que eu já tinha avisado minha doula (Marília), por sms. Aliás, a doula oficial também estava viajando! Na verdade ela estava voltando de viagem, mas só chegaria a noite. Daí avisei a outra doula (Lorena) também! Afinal… como assim parir sem ninguém?!??! É muito abandono!
Fomos ao HE. Eu e meu marido armados até os dentes, afinal, eu não queria ser internada naquele hospital (eu já tinha me planejado pra ter o neném em outro hospital, Araucária). Sem falar que como estávamos sem doula e sem o GO, me senti completamente desprotegida. Ao ser encaminhada para a maternidade avisto um rosto familiar entre as enfermeiras. Na mesma hora meu coração sossegou e respirei aliviada.
Eu só disse assim pra enfermeira chefe: “Oi fulana! Eu sou Michelle, do Gesta!” E ela abriu um sorriso e depois tudo ficou mais fácil. Parecia um código, sabe? E começamos a falar a mesma lingua: parto humanizado. Ela foi extremamente gentil durante o exame e manteve meu GO – por telefone – a par de tudo o que estava acontecendo. Aquilo tudo me deixou muito mais tranquila. Resumo do exame: eu estava com bolsa rota, colo do útero amolecido, nenhuma dilatação e contrações de Braxton Hicks apenas. Fiz um ultrassom pra ver se estava perdendo líquido amniótico (negativo), e o neném estava ótimo! Ou seja, tudo perfeito pra voltar pra casa e ficar lá, de molho. E foi o que o obstetra substituto fez, me liberou.
Mortos de fome, eu e meu marido fomos almoçar no Habbib’s. Foi então que percebi que eu estava ensopada, e em todo lugar que eu sentava, eu deixava um ‘carimbo’. Foi desagradável, mas pelo menos almoçamos (esfirras e beirute), e voltamos pra casa. Tomei um banho, me troquei e fui me deitar no sofá da sala pra tirar uma soneca.
Durante a soneca eu percebi que as contrações que antes eram na parte de cima da barriga, foram para a parte de baixo, e passei a ter cólicas levemente incômodas. Fingi naturalidade e deixei o sábado rolar, mas daí pedi ao meu marido que anotasse o tempo das contrações pra gente ter noção do que estava realmente acontecendo. Ao me deitar pra dormir (umas 22h) as cólicas estavam um pouco mais fortes, porém à meia noite e meia eu acordei com uma cólica absurda! Corri para o banheiro pensando na possibilidade de evacuar e aliviar a dor. Ledo engano!!!! Ao me sentar no vaso notei que o tampão tinha saído, e agora eu tinha contrações mais intensas. O Anderson estava acordado, e lá pela 1 e pouco da manhã eu chamei ele e disse:
“Marido, o bicho tá pegando!”
Liguei para a doula e mandei uma mensagem para o celular do GO que estava em Curitiba. Me vesti e entrei no carro me concentrando nas contrações e seus intervalos refrescantes.
Chegamos no Hospital Araucária às 2 e pouco da manhã. Fomos recebidos pela Marilia e toda sua parafernália. Na recepção o ambiente era calmo e vazio (ufa!), e logo o atendente mandou trazer uma cadeira de rodas (??). A enfermeira ouviu “Obrigada, mas prefiro andar. Sacumé, ajuda pro parto!”. Não posso deixar de relatar que tanto o atendente quanto a enfermeira ficaram levemente chocados com a rejeição da cadeira de rodas e com a notícia de que era pra ser parto normal.
A enfermeira (novinha, com cara de recém formada), me examinou e disse “4cm de dilatação”. Eu e a Marilia vibramos (nessa hora meu marido estava ajeitando a papelada da internação).
Assim que tudo estava acertado fomos para o apartamento (enfermaria). O quarto era só nosso! \o/
Avisamos a enfermeira que seria parto natural. Ela ainda não estava acreditando. Eu achei o máximo a cara dela ao ver a banqueta de parto e o nosso bom humor – mesmo com contrações, dor, e afins. Logo fui sentando na banquetinha, e as contrações pareciam aumentar, mas eu deixava ela ir e vir, e fazer o papel dela: trazer meu neném.
Em certo momento as enfermeiras vieram com a maca para me levar para o centro cirúrgico. Daí começou o fuzuê!
Dissemos que eu não iria pra CC nenhum, que eu teria o neném no quarto. As enfermeiras acharam aquilo um absurdo e disseram que era contra as regras do hospital. Só sossegaram depois que informamos que isso tinha sido combinado com o GO ausente (mas que tem moral lá) e com o Pediatra, e que eu não ia sair dali!! A contra gosto elas trouxeram os equipamentos para o quarto e várias outras vezes elas reapareciam lá no quarto para averiguar o que tava rolando.
Lá no Araucária um outro obstetra me atendeu (também enviado pelo meu GO ausente). Esse médico parecia ser super gente boa, já tínhamos ouvido sobre ele. Mas nem tudo são flores, né?! Ele me examinou e disse: “4 cm só! Esse neném só vai nascer pela manhã!”. Eu pensei: “4 cm??? wtf!!!! Acho que ele errou, hein?”, mas fiquei na minha. Foi então que o simpático médico japonês puxou uma conversa nada legal:
- Eu sugiro fazer um enema (lavagem intestinal) para evitar infecção (??), e também uma analgesia. Afinal, pra que sentir dor, uh?
Eu: – Não quero fazer enema.
Marilia: – Não se faz mais enema!!!! –> neste momento o médico ignorava completamente a doula, e chegava a ser engraçado.
Anderson: – Não vai fazer a lavagem, e nem aplicar analgesia. Ela não quer!
Médico: – Ela que tem que decidir.
Eu: – Eu não quero nem um, nem outro.
Médico: – Vou deixar você pensar! (e ficou parado, na minha frente, esperando eu responder)
Eu: – Não vou responder agora, vou pensar (blefe!!!) e depois respondo. (na verdade eu queria dizer: SOME DAQUI COM SEU ENEMA E ANALGESIA!).
E então ele saiu da sala pra eu “pensar” (ha ha ha).
Nesse momento eu estava tendo contrações e sentia os puxos. Eram intensos, e como eu estava deitada na cama (o médico tinha pedido pra eu deitar pra me examinar), eu via minha barriga se mexer assustadoramente a cada contração. Certo momento tomei coragem de me levantar e pedi pra ir pro chuveiro. No começo fiquei na banqueta com a água do chuveiro batendo na lombar, mas depois preferi ficar em pé, com os quadris para trás, me apoiando na barra de ferro e no Anderson. Essa posição era ótima! Porque quando os puxos vinham, eu ficava à vontade para agachar (eu sentia vontade de agachar todas as vezes).
A sensação que eu tinha era que minha lombar ia se rasgar a qualquer momento. O Anderson e a Marilia faziam massagem na lombar e eu tentava relaxar. Teve uma hora que a dor parecia insuportável. Até pensei em pedir a analgesia tão insistida pelo médico, mas a Marilia não deixou. Ela disse “Esse é o máximo de dor que você vai sentir! Não vai passar disso!”. Ouvir isso foi um alívio…
Pouco tempo depois os puxos ficaram mais próximos, e em um deles eu tive a sensação de que a cabeça do neném estava dentro do canal vaginal. Foi num segundo puxo que a sensação ficou mais nítida. Eu estava em pé apoiada no Anderson, só nós dois no banheiro. Nessa hora eu resolvi por a mão para sentir o que estava acontecendo, porque eu tinha certeza que o neném estava coroando. E BINGO, senti a cabecinha do neném querendo sair! Chamei a Marilia e a enfermeira dizendo “- Gente! Tá coroando! O que eu faço!?”. A enfermeira estava incrédula e animada (primeiro parto natureba que ela presenciava), e se certificou que estava coroando mesmo. E foi chamar os médicos (o GO e o pediatra).
O médico pediu para que eu me deitasse na cama. Me deitei, mas eu achei que seria só pra ele me examinar, sei lá. Quando eu disse que queria ter o neném na banqueta, ele riu e disse que isso não era possível. Então eu sugeri: “E em pé, posso???”, e ouvi a mesma resposta. Nessa hora eu percebi que essas posições alternativas não estavam dentro da rotina dele, e preferi ceder (a Marilia não gostou muito, mas depois concordou comigo que isso era demais para o Dr. Enema). Ele me queria completamente deitada, e eu disse que assim não dava, tinha que ser o mais inclinada possível. Ele concordou, e nessa hora a Marilia pegou o controle da cama e foi subindo, subindo, e o médico pedindo pra parar, e ela se fez de morta e subiu um pouco mais.
Confesso que estava até engraçado ver a disputa entre o médico e nós três (acho que era quatro, porque o Pediatra é do nosso time também! Mas ele só ficava assistindo, ria, e não tomava partido).
O médico começou a mexer em pinças, tesouras e outros instrumentos cirúrgicos, e perguntei pra que aquilo tudo. Antes que ele respondesse eu disse: “Nada de episiotomia!”, e ele disse que se fosse necessário ele faria. E bati firme “Nada de episio, deixa lacerar, eu não ligo!!!”. Depois ele veio com um lero lero de que talvez fosse necessário deslocar o ombro do neném pra passar, e novamente eu retruquei “Não vai precisar de nada disso, você vai ver!”. E sempre que eu retrucava o Anderson e a Marilia faziam coro.
Nessa hora as contrações foram embora… o clima foi quebrado… mas eu queria meu neném comigo, e me concentrei. Fiz força. Pedi, por gentileza, que fechassem a porta do quarto porque eu queria gritar. E isso foi motivo de riso, e disseram: “Onde já se viu pedir licença pra gritar no parto?”
E eu gritei!
Ai como gritar é bom nessa hora! Eu sentia a cabeça do neném saindo e aquilo parecia fogo. Eu gritava: “Tá queimando!”, e dizia palavrões em inglês (segundo a Marilia). E logo ouvi o médico: “Já foi metade da cabeça. Faz mais uma força pra acabar!”. E foi assim… mais uma força e a cabeça saiu, e o corpinho escorregou pra fora. Nessa hora todo mundo parou pra olhar a genitália do neném. “É menino!” “Benjamin!”. E acabou o mistério do sexo do neném! hAUheuahuehauheuhae
Era 4:50 da manhã.
Peguei meu filho entre minhas pernas, ligados pelo cordão umbilical, e puxei para meu peito. Tão lindo, perfeitinho! Nasceu limpinho, de olhos abertos. E eu agradecia o Pediatra por ter ficado lá (ele disse que se desse 7h da manhã e nada do neném, ele teria que sair para o plantão no HU). O Anderson cortou o cordão depois que ele parou de pulsar. O Pediatra não fez nada no neném, só secou o cabelinho e enrolou em um lençol, arrumou o umbigo e deu a nota do apgar (1o).
Benjamin: 50,5 cm e 3,290 kg.
Como Deus é maravilhoso! (eu pensava)
Depois fiquei namorando o Benjamin enquanto o médico dava os pontos na laceração do períneo (foi pouca coisa).
Quando tudo acabou e toda a equipe médica saiu do quarto eu só queria duas coisas: comer e descansar.
A Marilia ficou esperando o marido dela vir busca-la, eu tomei um banho, e o Anderson ficou o tempo todo contemplando nosso neném.
Depois nós 3 ficamos lá no quarto, sozinhos, dormindo. Afinal, a madrugada foi animada lá! x:D
Alguns pontos importantes nesse dia:
1. Nós ‘catequisamos’ a enfermeira naquela noite. Mostramos pra ela que o parto normal/natural/humanizado é possível e não é um bicho de sete cabeças. Ela ficou muito animada e feliz por ter participado de todo o parto e por termos sido tão tranquilos com ela (na noite anterior uma outra gestante, que teve parto normal, quase matou a equipe médica, e ela estava traumatizada).
2. O trabalho de parto, ao todo, durou menos de 4:30. E o trabalho de parto ativo, menos de 2h.
3. A presença da doula foi fundamental!
4. A presença e participação ativa do meu marido foi maravilhosa. Sem ele seria impossível! Te amo forever!
5. Depois do parto me senti a mulher mais mulher desse mundo! x:)))))
6. O médico errou, o neném não nasceu depois do sol! o/

Michelle.

Relato de Parto da Carolina Barbirato - Nascimento do Yuri

O MEU PARTO FOI ASSIM..


...40 semanas e 6 dias.. Era sábado pela manhã quando fui acordada pelo líquido da bolsa molhando minha calcinha...

Calmamente acordei o Victor e disse que achava que a bolsa tinha rompido, ele acordou num pequeno pulo e os olhos arregalados. Levantei, fui ao banheiro trocar a calcinha e colocar um absorvente. Lembro de dizer para o Victor.. “E aí, tá preparado pra ser pai?”...

Liguei para a minha doula e para o meu obstetra D. Galletto que me orientou a ir para a Maternidade fazer uma avaliação. Como não estava sentindo absolutamente nada e o líquido que saía era pouco tomei um banho, me troquei calmamente e resolvi ligar para a minha mãe. Estava meio relutante em avisá-la pois sabia que ela ia ficar nervosa, mas enfim, resolvi avisar mesmo assim. Ela tentou segurar a onda mas acabou começando a chorar no telefone e eu, a grávida com a bolsa rompida, tive que pedir pra ela ficar calma.

Cheguei na Maternidade por volta das 11:30 da manhã e constataram que estava mesmo com Bolsa Rota, a médica queria me internar mas eu disse que iria para a minha casa esperar pelo Trabalho de Parto e mesmo contra a vontade dela fui embora. Antes de sair ela me disse: “Se dentro de 18h você não ganhar esse bebê você tem que voltar para tomar antibiótico pois o risco de infecção aumenta muito”... maldita hora que ela disse isso!!!

Saímos da Maternidade e fomos almoçar, no caminho atualizei minha doula e minha mãe que estava voltando para casa. Liguei para as amigas mais próximas Gabi e Mari avisando que o Yuri resolveu finalmente nascer. Depois de sairmos do restaurante ainda passei no mercado para comprar algumas coisinhas e finalmente fui pra casa.

Quando saí do carro uma boa quantidade de líquido escorria pelas minhas pernas, subi rápido pro apartamento e me enfiei no chuveiro. Minha mãe e minha irmã estavam em casa, pois eu havia pedido que minha mãe desse um jeitinho no ap pra chegada do Yuri. Nesse momento eu nem imaginava que nada do que eu havia planejado iria acontecer...

Descansei um pouco durante a tarde, ansiosa por uma contração, uma dorzinha... qualquer coisa. Passamos o sábado inteiro e nada acontecia, fiquei fazendo alguns exercícios na bola, subi e desci as escadas do meu prédio inteiro umas 3 vezes, tomei o chá da doula, andei de um lado para o outro... fiz de um tudo mas, além do líquido, nada indicava que o Yuri queria mesmo nascer. Durante a noite comecei a ficar mais nervosa e a frase da médica não saía da minha cabeça “18h horas de bolsa rota e você tem que voltar”... putz.. o tempo ia passando, passando, passando.. e NADA...

Pra ajudar o meu querido marido teve um surto de sono e capotou, nada conseguia acordá-lo... Fiquei “de cara” me perguntando como ele conseguia dormir naquela situação!! Durante a madrugada fiquei conversando com a minha doula pelo face e tentando em vão dormir um pouco.  Minhas 18h acabavam as 03:30... e por volta das 03:00 uma tempestade daquelas começou a cair, um vento absurdo e falta de energia. Resolvemos começar a nos arrumar, pegar as bolsas e toda a tralha pra irmos pra Maternidade...

Esperamos a chuva passar e fomos para a Maternidade. Como eu imaginava tive que ficar internada para tomar o antibiótico. Começava ali o início de um dia exaustivo e de muita tensão.

As más notícias começaram logo que fui internada. A enfermeira chefe de plantão proibiu a entrada da minha doula. Disse que se o pai saísse não poderia mais entrar. Ia por água abaixo, pelo menos por enquanto, a nossa ideia de revezamento marido-doula e se iniciava a minha primeira crise de choro.

Depois disso um médico muito “simpático” veio me examinar e disse com todas as letras que eu provavelmente iria para uma cesária pois estava com o colo do útero totalmente desfavorável e com 1cm de dilatação. Respondi com toda autoridade que não iria para cesárea nenhuma e que iria esperar. Assim que ele virou as costas, minha autoridade deu lugar a minha insegurança e iniciei a minha segunda crise de choro.

Falava com a minha doula pelo telefone e estávamos ansiosas para que o plantão da enfermeira-chefe malvada acabasse para tentarmos uma conversa amigável com a próxima.

As horas iam passando devagar... o cenário não era dos mais agradáveis...

Junto comigo no quarto-enfermaria tinham mais 2 meninas. Uma  delas estava totalmente descompensada de dor e gritava muito... quando eu digo muito é muito mesmo. Ela chorava, pedia socorro, dizia que estava morrendo, que o bebê dela estava morrendo, pedia “pelamordedeus” que aquilo acabasse, enfim, tava desesperada. A outra garota chorava um pouco durante as contrações e brigava com todo mundo porque ela tinha que ir para uma cesárea, mesmo sem nenhuma indicação de que aquilo fosse necessário.
Bem, e eu... Eu estava sem sentir absolutamente NADA... nem uma dorzinha, morrendo de inveja das duas meninas e me perguntando porque elas não estavam felizes por estar em trabalho de parto.

As horas iam se passando, tive mais umas crises de choro e insegurança... me via cada vez mais longe do  parto normal, e cada vez mais perto do centro cirúrgico. O meu parto humanizado e tão sonhado, com o passar do tempo, estava cada vez mais longe.
Durante todo esse tempo eu só não fiquei de ponta cabeça porque isso não ajudaria em nada, mas de resto eu tentei de tudo... Andava pelos corredores, fazia exercícios na bola, ficava no cavalinho, fazia a técnica do rebozo... e NADA...

As 16h do domingo decidimos em conjunto (eu, marido, doula, médica, enfermeira obstetra) que era necessário fazer alguma coisa para ativar o trabalho de parto e foi então que tudo começou a mudar. Nesse momento eu vi que as vezes as intervenções médicas são necessárias, e o quanto foi bom eu ter me informado durante a minha gravidez. Decidimos colocar o comprimido de misoprostol no colo do útero para ver se as contrações e o trabalho de parto se iniciavam logo de uma vez!!!

Nesse meio tempo meu marido foi dispensado, minha doula entrou em ação, conseguimos um quarto só nosso e tudo começou a fluir...

As 20h eu sentia a primeira dor do meu trabalho de parto. Não conseguia tirar o sorriso de satisfação do rosto, finalmente estava começando a acontecer, eu iria conseguir, tudo daria certo.

Liguei toda feliz para o meu marido e para minha mãe... Eu sabia que agora era só uma questão de tempo e eu teria meu filhos nos braços!!!

Mal sabia eu o que ainda estava por vir!! Mas vamos por partes...hauhauhauha

Estava tudo correndo as mil maravilhas, estávamos felizes eu e a doula. Andávamos pelos corredores, tentava ficar o mais ativa possível e logo as contrações começaram a vir mais fortes e em espaços menores de tempo.  Volta e meia aparecia alguém para ouvir o coração do Yuri, medir minha pressão e verificar se tudo estava bem.

Curtia cada contração, respirava fundo e me deixava levar pela dor, sentia as mãos carinhosas da Marília nas minhas costas e isso era muito reconfortante.

Por volta mais ou menos da 01:30 de segunda-feira o bicho começou a pegar. As contrações estavam bem fortes, tão fortes que eu achei que o Yuri já estava nascendo e pedi pra Marília ligar para o Victor. Fiz o coitado sair de casa e ficar na porta da Maternidade... ele iria esperar ainda por um bom tempo!!!

Daí pra frente eu não lembro direito o que aconteceu... Eu perdi totalmente a noção de tempo e espaço. Entrei de corpo e alma na Partolândia. Lembro de falar pra Marília.. “onde eu tô?”... ficava meio sonhando e meio acordada. Pensava muito no Victor, queria muito que ele estivesse ali também. Lembro de ter ligado pra ele, mas não lembro o que eu disse, acho que só queria escutar sua voz, queria que ele dissesse que tudo daria certo.

Doía muito, muito mesmo... E eu comecei a choramingar, nos momentos de quase lucidez dizia pra Marília que queria ir embora, queria ir pra casa, que não ia aguentar, que estava doendo muito... Ela calmamente me dizia que estava acabando, que eu ia aguentar sim, era isso que eu queria e eu não ia desistir. No fundo... bem no fundo do meu subconsciente eu sabia que ela tinha razão... mas eu tava com muita dor pra chegar até tão fundo.. e continuava choramingando.

Não sei exatamente quando e como eu fui parar deitada na cama para um “bendito” médico fazer um exame de toque bem no meio de uma contração. Ele ainda disse que não era pra eu gritar, nem socar a parede (como eu havia feito enquanto ele estava com o dedo LÁ durante a contração), que era aquela dor que iria trazer o bebê e que eu tinha que relaxar!!

Nesse momento eu lembro de ter pensado em duas opções: 

- A primeira era chutar a cara dele, e eu estava bem posicionada pra acertá-lo em cheio, e mandá-lo tomar naquele lugar.

- A segunda era fazer o que ele queria pra ver se ele saía logo da sala e, principalmente, se ele tirava a mão de dentro de mim.

Bem, o meu bom senso me fez optar pela segunda opção. O médico “de”sumanizado  ainda ficou com a mão LÁ por mais uma contração pra confirmar se eu era uma boa menina e não ia fazer mais escândalo. Eu aguentei firme por mais uma vez e fiz exatamente o que ele pediu.

O excelentíssimo disse que eu estava com 5 pra 6 cm de dilatação. Mas eu, a doula e a residente que já havia me examinado antes sabíamos que ele estava errado. O Yuri já estava quase lá!!!

Pouco tempo depois eu comecei a sentir vontade de fazer força. Pedi permissão para minha doula que disse.. “Tá com vontade de fazer força? Então faz!!!”

Depois do maldito exame de toque eu não conseguia levantar de jeito nenhum da maca. Vinha uma contração atrás da outra.. e a vontade de fazer força só aumentava. Eu queria muito me levantar, sabia que aquela posição só ia desfavorecer a descida do Yuri, e que ia ser pior pra mim também. Mas depois de algumas tentativas frustadas acabei ficando deitada mesmo.

A cada contração eu segurava uma das pernas e a Marília segurava a outra e eu fazia força e gritava. Mas não estava dando muito certo. A posição deitada não me deixava fazer a força do jeito certo, eu tava fazendo a força com a garganta e não com o abdômen. Era muito grito pra pouca eficiência.

Depois de mais um tempo a médica do comprimidinho milagroso apareceu pra me examinar e disse que daqui uns 20 minutos voltava para me levar para a mesa de parto. Hein?? Mesa de parto?? A famosa mesa deitada com as pernas para o ar??? Nós ainda tentamos dizer pra ela que queríamos a outra mesa que tem lá na Maternidade que é melhor para posições  verticais, mas ela falou de uma tal manobra de ombro do bebê e blábláblá...

Quando ela virou as costas já estava decidido por mim e pela Marília sem termos que trocar nenhuma palavra. Eu teria o Yuri ali mesmo, não sairia daquela maca por nada no mundo. A Marília fechou a porta, e teve a brilhante ideia de erguer o encosto da cama. Já que eu não conseguia levantar a gente teve que improvisar.

Na posição mais sentada eu comecei a fazer a força do jeito certo  e agora não doía mais. A cada contração eu respirava fundo, segurava a barra de ferro da cabeceira com as duas mãos, fazia força no abdômen e não gritava. Eu sabia que se quisesse ter me filho em paz teria que me esforçar e ser mais rápida.

Depois de pouco tempo ouvi a Marília dizer: “Está coroando, você quer sentir a cabecinha dele?”... No primeiro momento eu exitei, não queria perder o foco das contrações, mas depois eu coloquei a mão e senti os cabelinhos do Yuri. Aquilo me deu um novo fôlego, estava acabando.. estava acabando.. estava acabando...

Nesse momento eu comecei a chamar pelo Victor, não queria que o Yuri nascesse sem a presença do pai. Eu sabia que a Marília queria me proteger ali no quarto, mas sabia também que ela iria me respeitar e chamar o Victor na hora que o Yuri estivesse nascendo.

Me lembro de vê-la saindo pela porta, pouco tempo depois apareceu uma residente de olhos arregalados (ela nunca tinha feito um parto antes) e a Marília dizendo pra ela ficar ali comigo.

Aqui preciso fazer uma pausa pra explicar o que estava acontecendo...

Por obra de Deus e de Nossa Senhora que eu chamei por tantas  e tantas vezes, todas as 4 grávidas internadas estavam dando a luz ao mesmo tempo que eu. Por esse motivo que a médica que iria voltar dentro de 20 minutos não apareceu mais. A equipe toda corria de um lado para o outro pra atender as meninas e como eu tava ali bem quietinha e com a porta fechada fui “esquecida”. Era tudo que eu precisava!!!

Bem.. voltemos ao quarto e ao nascimento do Yuri!!!

A residente de olhos arregalados se posicionou pra receber o Yuri. Ao avistar um médico passando pelo corredor ela tentou chamá-lo mas eu a impedi dizendo que não queria médico nenhum! Ela disse em meio a um sorriso “Você é louca”... eu segurei no braço dela e com os olhos disse que nós faríamos aquilo juntas. Ela entendeu e não falou e nem chamou mais ninguém.

Depois disso só me lembro de ver o Victor entrando pela porta, as luzes sendo acesas sei lá por quem. O Vitor se posicionando ao meu lado e sentir sua mão no meu ombro. Pronto! Agora nosso filho poderia nascer.

Fiz uma força... metade da cabeça...

Mais uma força... cabeça inteira...

Mais uma super força...Yuri

Parir descabela a gente! E emociona...!!!
Abri os olhos e vi meu filho todo melecadinho ali na cama entre as minhas pernas. Não consigo explicar o que senti naquele momento. É como se meu coração tivesse parado. Aquela frase super clichê: “A partir daquele momento o meu coração começava a bater fora do meu peito” descreve mais ou menos o que eu senti.

40 semanas e 7 dias de espera, 3 meses de muitos enjoos, barriga crescendo, noites mal dormidas por causa da barriga, curiosidade, preparação, ansiedade, espera... dores... e finalmente meu filho chegava ao mundo.

Ele era lindo, perfeito. Yuri nasceu de olhos abertos para o mundo. E logo seus olhinhos encontraram os meus. Depois de terem cortado seu cordão (contra a minha vontade, que pedia para colocá-lo logo nos meus braços) eu pude sentir aquele corpinho quente e aquele cheirinho de vida. Eu ainda me lembro do cheiro do meu filho quando nasceu!!!

Abraçada com ele eu olhei pro Victor e pude sentir também a sua emoção. Era o nosso filho, fruto do nosso amor, da nossa história, das nossas escolhas...

E a partir dali seríamos nós três.. a minha FAMÍLIA!!
NÓS...

YURI.. NOSSO PRÍNCIPE!!

sexta-feira, 7 de março de 2014

Nasceu Estela da Priscila e do Alexandre


A Priscila e o Alexandre nos procuraram porque queriam viver uma experiência de nascimento diferente da que tiveram no nascimento da primeira filha. E não só por ser uma cesariana. No momento do parto, por uma confusão burocrática, o Alexandre não conseguiu ficar perto da Priscila para receber a Isabel. Desta vez não queriam perder os primeiros momentos juntos.
E foi assim que aconteceu. Estela chegou em um parto restaurador. Sem separação, com muito amor! Lorena e Rosana que acompanharam o parto.

Parabéns!!! Muito amor pra família e muito leitinho pra Estelinha!!!